DISSEMINAÇÃO

Disseminação

O Projeto BIOMONTADO – Ecossistema do Montado e da Vinha, pretende promover a sustentabilidade e resiliência do binómio Montado-Vinha, como fator de promoção da competitividade das empresas. É promovido pela parceria Tapada de Coelheiros, Herdade do Mouchão, Universidade de Évora e Comissão Vitivinícola do Alentejo.
Promover a qualidade do solo, a resiliência e a conservação dos habitats naturais no Montado e diminuir a fragmentação da paisagem são, em termos gerais, os grandes objetivos desta iniciativa.

Publicações

Brevemente

Biodiversidade

Medronheiro

Arbutus unedo

FLORA

BOSQUETES

Medronheiro
Arbustos unedo

Arbusto ou por vezes pequena árvore. As bagas são vermelhas quando maduras e têm aspeto rugoso.
Uso medicinal: toda a planta, mas principalmente a raiz é utilizado como adstringente, para tratar diarreias e disenteria, mas também como diurético e antisséptico das vias urinárias.
Uso alimentar: Os frutos, denominados medronhos, são comestíveis e, se fermentados, produzem uma aguardente de boa qualidade, especialmente no Sul e Centro do País.

Campânula

Campanula rapunculus

FLORA

BOSQUETES

Campânula
Campanula rapunculus

Ocorre em orlas de bosques e matagais, sebes e linhas de água, por vezes em rochedos.
Estudos científicos reconhecem os seus benefícios medicinais, para além do seu uso como plantas alimentares e ornamentais.

Madressilva

Lonicera implexa

FLORA

BOSQUETES

Madressilva
Lonicera implexa

É uma espécie trepadeira, presente na orla de bosques e matagais. Flores com aroma intenso e doce, utilizada como ornamental.
Uso medicinal: folhas e flores são utilizadas como adstringente e contra doenças das vias respiratórias.
Toxicidade: planta tóxica se consumida em quantidades elevadas.

Sândalo-branco

Osyris alba

FLORA

BOSQUETES

Sândalo-branco
Osyris alba

Arbusto, surge em montados, matos e sebes em sítios secos e ensolarados, por vezes rochosos. Usada para fabricar vassouras e combustível.

Azinheira

Quercus rotundifolia

FLORA

BOSQUETES

Azinheira
Quercus rotundifolia

Uma das principais árvores do Mediterrâneo. Árvore frequente no Alentejo, em locais secos, sendo mais predominante no interior do País. Os seus frutos – as bolotas - surgem no Outono e são muito apreciadas pelo porco preto, conferindo à sua carne uma qualidade excecional.
Uso medicinal: casca do tronco é utilizada para inflamações da boca e garganta.
Uso alimentar: outrora as bolotas eram muito utilizadas para o fabrico de pão. As bolotas torradas e moídas são também utilizadas como sucedâneo do café.
Conservação: Protegida em Portugal pelo Decreto-Lei n.º 169/2001 de 25 de Maio.

Sobreiro

Quercus suber

FLORA

BOSQUETES

Sobreiro
Quercus suber

Árvore com 10-15 m de altura, que pode atingir os 25 m. O seu fruto é uma bolota, mais amarga do que a da azinheira, adequada para alimentação animal, especialmente de suínos. Surge em montados e bosques de clima mediterrânico amenizado pela proximidade do mar. Não é tão tolerante à seca como a azinheira. Oferece um valioso produto natural – a cortiça – com múltiplas utilizações. Para além das rolhas de cortiça, é usada na indústria automóvel, calçado, mobiliário, arquitetura e aeronáutica. Por esta razão, é a espécie arbórea mais largamente disseminada no País. A sua longevidade pode chegar aos 300 anos, mas quando se extrai cortiça não ultrapassa os 120/150 anos.

Gilbardeira

Ruscus aculeatus

FLORA

BOSQUETES

Gilbardeira
Ruscus aculeatus

Arbusto com cerca de 1,5 m de altura. Os frutos são bagas vermelhas com cerca de 1,5 cm, que surgem de agosto a março. Ocorrem em matagais frescos e em sob coberto de sobreirais e azinhais. É protegida pela legislação europeia, anexo V da Diretiva Habitats, sendo proibida a sua colheita e comércio.
Uso medicinal: como diurético e para febre, infeções das vias urinárias, gota e reumático.
Toxicidade: as bagas são purgantes.

Salsaparrilha-bastarda

Smilax aspera

FLORA

BOSQUETES

Salsaparrilha-bastarda
Smilax aspera

Liana ou trepadeira que pode alcançar 15 m. O fruto é uma baga vermelha ou preta com 8 a 10 mm, que surge de fevereiro a abril. Surgem em matos, mais ou menos húmidos, sebes e muros velhos.

Roselha

Cistus crispus

FLORA

MATOS MEDITERRÂNICOS

Roselha
Cistus crispus

Arbusto até 80 cm de altura. Ocorre em terrenos incultos e sobreirais degradados, principalmente em solos ácidos. Por vezes surge em bermas de caminhos, em regiões de clima quente. Flores de cor rosa vivo.

Queiró, queiroga, torga

Erica umbellata

FLORA

MATOS MEDITERRÂNICOS

Queiró, queiroga, torga
Erica umbellata

Arbusto que pode ultrapassar os 4 m de altura.
Ocorre em bosques abertos e matos frescos e sombrios, especialmente em solos ácidos.
Cultivada como ornamental.

Murta

Myrtus communis

FLORA

MATOS MEDITERRÂNICOS

Murta
Myrtus communis

Arbusto com 1-2 m, podendo atingir o porte arbóreo com 4-5 m.
Surge em matos secos ou no sub-coberto de bosques, preferindo solos frescos e com alguma humidade.
Planta utilizada desde tempos antigos como especiaria, bem como para diferentes usos medicinais e na preparação de alimentos. As suas folhas são muito aromáticas sendo utilizadas na indústria cosmética.
Uso medicinal: usado tradicionalmente como antissético, desinfetante e hipoglicémico. Estudos científicos têm comprovado o papel antibiótico da murta, conferindo-lhe grande potencial para uma alternativa a antibióticos sintéticos.

Aroeira, Lentisco,

Árvore-do-mastique

Pistacia lentiscus

FLORA

MATOS MEDITERRÂNICOS

Aroeira, Lentisco, Árvore-do-mastique
Pistacia lentiscus

Arbusto com 1-2 m de altura, podendo alcançar um porte arbóreo com 6-7 m. Os seus frutos são pequenas bagas de cerca de 4 mm avermelhados, tornando-se negros quando maduros. Ocorre em matagais e montados de azinho. É sensível a geadas fortes.
Uso medicinal: os troncos e ramos libertam uma resina aromática, a mástique, utilizada na preparação de cimentos dentários. Quando mastigadas, as folhas fortalecem as gengivas e limpam os dentes.

Tomilho bela-luz

Thymus mastichina

FLORA

MATOS MEDITERRÂNICOS

Tomilho bela-luz
Thymus mastichina

Endémica da Península Ibérica.
Espécie com grande plasticidade ecológica, ocorrendo tanto em sítios descampados, pedregosos e secos, como em montados, matos, pinhais, terrenos abandonados, ou até mesmo em bermas de estradas. Flores muito pequenas com aspeto de pluma.
Conservação: apesar de não se encontrar protegida por lei, a espécie tem interesse conservacionista visto tratar-se de um endemismo ibérico.
Uso medicinal: doenças das vias respiratórias, do estômago e da pele. Estudos apontam esta espécie como promissora para investigação ao seu potencial efeito anticancerígeno.
Uso alimentar: espécie muito aromática, utilizada em infusões, como condimento e aromatizante ou como substituto do sal. No Alentejo é tradicionalmente usado para temperar azeitonas.

Espargo bravo

Asparagus aphyllus

FLORA

MATOS MEDITERRÂNICOS

Espargo bravo
Asparagus aphyllus

Erva vivaz com cerca de 1 m de altura. Ocorre em matos e terrenos inclultos, sebes e terrenos marginais.
Uso alimentar: os espargos são caules jovens ainda não ramificados. São muito apreciados, em especial na gastronomia alentejana, integrando várias receitas tradicionais como espargos com ovos ou migas de espargos.

Junco-marreco

Eleocharis palustris

FLORA

CHARCOS TEMPORÁRIOS

Junco-marreco
Eleocharis palustris

Herbácea perene, de 20 a 80 cm de altura, provida de um vasto sistema de rizomas estolhosos que permite a sua reprodução vegetativa, mas que também se pode reproduzir por semente. As plantas são formadas por caules verdes simples e cilíndricos, com o seu interior preenchido de tecidos aeríferos que lhe permitem manter o porte ereto mesmo dentro de água, e que terminam numa espigueta oblonga e acastanhada com numerosas flores, que floresce na primavera e verão. Tem uma aparência de planta sem folhas, uma vez que as folhas se reduzem a uma bainha truncada que termina de forma perpendicular ao caule.
Muito comum em zonas húmidas, como margens de lagoas, charcos, prados húmidos e zonas temporariamente inundadas, sendo pouco exigente a nível do tipo de substrato, mas estando excluído de solos salinos. Nos charcos pode ser encontrada na zona central formando juncais densos, com 40 a 50 cm de altura, quase monoespecíficos.
O epíteto da espécie palustris é latim para "do pântano", em referência ao seu tipo de habitat. Planta adequada para o controlo da erosão, em ações de restauro de zonas húmidas e comunidades ribeirinhas, uma vez que se propagam rapidamente por rizomas e desenvolvem uma massa radicular espessa que é resistente à compactação e à erosão. Os frutos são fonte de alimento para uma variedade de espécies de aves.

Junco-de-cabeça

Juncus capitatus

FLORA

CHARCOS TEMPORÁRIOS

Junco-de-cabeça
Juncus capitatus

Pequeno junco anual com aproximadamente 10 cm de altura, apenas com folhas basilares muito estreitas e com uma bainha alargada, de cor verde a vermelha ou acastanhada. A floração ocorre de abril a junho, estando as flores agrupadas em glomérulos de 4 a 8 flores, cujo conjunto forma a inflorescência que tem na base uma bráctea característica que é mais comprida do que a própria inflorescência. As flores inicialmente têm cor esverdeada, mas ao longo da maturação vão adquirindo uma cor castanho-avermelhado intensa. O fruto é uma pequena cápsula oval de 1 a 2 mm de comprimento.
O junco-de-cabeça ocorre em prados e pastagens anuais, na orla de charcos temporários, margens de lagoas e linhas de água, em solos siliciosos temporariamente inundados por água doce.

Cardo-dos-charcos

Eryngium corniculatum

FLORA

CHARCOS TEMPORÁRIOS

Cardo-dos-charcos
Eryngium corniculatum

Tem flores azuladas em forma de “pompom” com um espinho central que se assemelha a um chifre, responsável pelo seu nome científico “corniculatum”. É uma das espécies mais características dos charcos temporários mediterrânicos, sendo a sua presença indicadora do habitat prioritário 3170.

Foguetes, Tábua-estreita

Typha dominguensis

FLORA

CHARCOS TEMPORÁRIOS

Foguetes, Tábua-estreita
Typha dominguensis

Planta anfíbia, herbácea e perene, enraizada e emergente, que pode atingir os 3 m de altura. Apresenta um caule robusto e folhas verde-azuladas. Na época da reprodução, entre maio e agosto, apresenta flores em espigas de cor café. Cada espiga contém milhões de sementes que se espalham com o vento. Ocorre em solos com água abundante durante a maior parte do ano, em valas e leitos de cursos de água de corrente fraca ou de águas paradas, doces ou salobras, como ribeiras, charcos, lagoas e lagos. Prospera em águas muito ricas em nutrientes ou mesmo contaminadas com poluentes.
É uma planta muito adaptável, estando distribuída por todas as regiões temperadas e tropicais do mundo, tendo um comportamento invasor nalgumas zonas e por isso considerada uma praga nesses locais. A tabua-estreita pode ser muito eficaz a reduzir a contaminação bacteriana de águas destinadas a usos agrícolas, permitindo reduções muito acentuadas da concentração de enterobactérias potencialmente patogénicas (geralmente encontradas nos intestinos de mamíferos), e também absorve metais pesados. Também é usada como matéria-prima em cestaria, para papel, e outros itens de artesanato, devido à sua fibra durável e resistente.

Ranúnculo-aquático, Borboleta-d'Água

Ranunculus peltatus

FLORA

CHARCOS TEMPORÁRIOS

Ranúnculo-aquático, Borboleta-d'Água
Ranunculus peltatus

Herbácea aquática de altura até 10 cm, maioritariamente anual, mas também perene.
Possui dois tipos diferentes de folhas, folhas flutuantes à superfície em forma aproximada de rim e com segmentos lobados, pouco numerosas, e folhas submersas sob a forma de filamentos. A época de floração decorre de fevereiro a julho, estando as flores à superfície, com cinco pétalas brancas e centro amarelo. Raiz no solo, mas emersa.
Espécie de cursos de água de corrente fraca ou de águas paradas (lagos, remansos, charcos), frias, pouco profundas, oligotróficas e de pH neutro a ácido. Particularmente nos cursos de água, em condições de eutrofização, pode formar tapetes exuberantes.

Patalôco-verde, Ranúnculo trilobado

Ranunculus trilobus

FLORA

VEGETAÇÃO RIPÍCOLA

Patalôco-verde, Ranúnculo trilobado
Ranunculus trilobus

Herbácea aquática de altura até 10 cm, maioritariamente anual, mas também perene.
Possui dois tipos diferentes de folhas, folhas flutuantes à superfície em forma aproximada de rim e com segmentos lobados, pouco numerosas, e folhas submersas sob a forma de filamentos. A época de floração decorre de fevereiro a julho, estando as flores à superfície, com cinco pétalas brancas e centro amarelo. Raiz no solo, mas emersa.
Espécie de cursos de água de corrente fraca ou de águas paradas (lagos, remansos, charcos), frias, pouco profundas, oligotróficas e de pH neutro a ácido. Particularmente nos cursos de água, em condições de eutrofização, pode formar tapetes exuberantes.

Pilriteiro

Crataegus monogyna

FLORA

VEGETAÇÃO RIPÍCOLA

Pilriteiro
Crataegus monogyna

Ocorre em orlas de bosques húmidos e galerias ripícolas, matagais e sebes. Prefere locais húmidos e perto de linhas de água.
Uso medicinal: amplamente utilizado na medicina tradicional para doenças cardiovasculares, cancro, diabetes, asma e nefrite.

Freixo

Fraxinus angustifolia

FLORA

VEGETAÇÃO RIPÍCOLA

Freixo
Fraxinus angustifolia

Árvore com 20-25 m de altura, com copa de forma oval. O fruto em forma de língua possui uma asa que facilita a disseminação da espécie. Ocorre em bosques ripícolas na margem de rios e cursos de água nas zonas mais quentes do País, mas também em bosques caducifólios em vertentes de montanha, principalmente no norte do País.
Uso medicinal: folhas secas usadas para combater a gota, o reumático e o colesterol elevado e contra doenças dos rins, bexiga, vias urinárias e próstata.

Hera, Hera-comum

Hedera hibernica

FLORA

VEGETAÇÃO RIPÍCOLA

Hera, Hera-comum
Hedera hibernica

Arbusto trepador perene, atingindo 20-30m de altura onde estejam disponíveis superfícies adequadas para crescer, como árvores, penhascos, ou muros e paredes. Quando não existem superfícies verticais, cresce diretamente como cobertura no solo. Cresce e sobe através de numerosas raízes que crescem nos ramos longos e flexíveis e se agarram ao substrato. As folhas são verde-escuras com nervuras claras à superfície, coriáceas e brilhantes, verde-pálido na parte inferior, de forma ovoide ou com 3 a 5 lobos triangulares. As flores são pequenas e verde-amareladas, surgindo em setembro-outubro, dando origem a pseudobagas negro-azuladas quando maduras. Toda a planta e também as bagas são ligeiramente venenosas.
Planta de ambientes hiperhúmidos, em bosques, florestas ou matas húmidas, barrancos e desfiladeiros. Requer solos consistentemente húmidos, bem drenados ou alcalinos e ricos em nutrientes e húmus.
Devido ao seu aspeto atraente e elegante, tem sido cultivada e é bastante comum na jardinagem como ornamental, podendo ser uma erva daninha nociva ou ser invasiva nas áreas em que é introduzida. É utilizada como local de nidificação por pequenos passeriformes, e as suas flores e bagas são uma importante fonte de alimento para diversas espécies de insetos e aves.

Loureiro, Louro

Laurus nobilis

FLORA

VEGETAÇÃO RIPÍCOLA

Loureiro, Louro
Laurus nobilis

Arbusto ou pequena árvore de folha perene, atingindo normalmente entre 5 e 10 m de altura. O tronco é direito de casca lisa e delgada e apresenta uma copa densa e algo irregular. Folhas simples verde-escuras e lustrosas na face superior, mais pálidas na inferior, duras e coriáceas, em forma de ferro-de-lança, de margens ligeiramente onduladas e atravessadas por uma nervura central muito pronunciada; muito aromáticas quando esmagadas devido à presença de glândulas aromáticas. A floração, abundante, ocorre entre fevereiro e abril/maio, sendo as flores pequenas amarelo-claras com cerca de 1 cm de diâmetro, dispostas em ramalhetes de 4 a 6 flores. Os frutos são pequenas bagas carnudas (1-1,5 cm) semelhantes a azeitonas, negras quando maduras (início do Outono).
Ocorre em áreas de clima ameno sem geadas prolongadas. Surge espontaneamente em matagais, bosques e galerias ripícolas, em locais sombrios ou no fundo de barrancos húmidos, sobre solos frescos.
É frequentemente cultivada como planta condimentar e ornamental, sendo altamente resistente a pragas e doenças e suportando bem a poda. É largamente conhecido pelo uso das suas folhas (verdes ou secas) na culinária como condimento, que com o tempo vão perdendo o aroma e, por isso, só devem ser utilizadas até um ano depois da colheita. Tem também diversos usos medicinais (aplicado por exemplo para facilitar a digestão ou aliviar dores articulares) e a sua madeira branco-rosa, dura e pesada, com um agradável cheiro, é usada em marcenaria para decoração.
Símbolo de vitória, as folhas de louro eram utilizadas na antiguidade grega e romana para coroar os vencedores das batalhas, generais e imperadores. Desde então passou a ser utilizado para distinguir os méritos individuais por meio da atribuição de coroas de louros a atletas vencedores, poetas laureados, artistas e sábios. O título de bacharel reflete esse costume (baccalauréat – premiado com a “baga do louro”, Bacca Laureat), e a palavra laureado, com origem no género Laurus, ainda hoje é empregue para atribuir um prémio ou distinguir uma personalidade.

Loendro

Nerium oleander

FLORA

VEGETAÇÃO RIPÍCOLA

Loendro
Nerium oleander

Planta arbustiva que ocorre em matagais ripícolas, nas margens e leitos pedregosos de ribeiras e rios de regime torrencial. Quando a espécies é dominante, a formação arbustiva denomina-se loendral ou alandroal na região Alentejo. Frequentemente usada como ornamental em espaços verdes urbanos e nos separadores de autoestrada.
Planta tóxica para humanos e herbívoros doméstico, por ingestão.

Sabugueiro

Sambucus nigra

FLORA

VEGETAÇÃO RIPÍCOLA

Sabugueiro
Sambucus nigra

Orlas de matagais e bosques ripícolas, sebes nas margens de linhas de água. Em locais húmidos e sombrios. Indiferente edáfica. Frequentemente cultivada junto a habitações ou área agrícolas.

Rela ibérica

Hyla molleri

FAUNA

ANFÍBIOS

Rela ibérica
Hyla molleri

Endemismo Ibérico.
Pequena rã, com cerca de 4 cm, de pele lisa e suave com tom verde-alface, e cabeça arredondada de onde se destacam olhos de íris dourada. Exibe uma marcada banda lateral escura, que percorre o seu corpo desde as suas narinas até às virilhas. São anfíbios que se reproduzem exclusivamente em água e que vivem nas orlas de zonas húmidas, tais como os charcos temporários e cursos de água, onde haja vegetação emergente bem desenvolvida que utilizam como refúgio.

Rã-de-focinho-pontiagudo

Discoglossus galganoi

FAUNA

ANFÍBIOS

Rã-de-focinho-pontiagudo
Discoglossus galganoi

Endemismo ibérico
Anfíbio com aspeto de rã, mas é um sapo. Tem comprimento médio (4,5 a 6,5 cm), com corpo robusto e cabeça arredondada com um focinho pontiagudo. Tem uma pele lisa com pequenas verrugas. A sua cor e padrão são variáveis, podendo ir de uma coloração uniforme e padrões riscados de tonalidades amarelas, castanhas ou beges a pardos com grandes manchas escuras.
Ocupa uma grande variedade de habitats, geralmente perto de massas de água com vegetação herbácea, tendo preferência por terrenos encharcados. Esta rã tolera inclusive águas salobras.
Tem atividade à noite, sendo que também pode ser encontrada de dia em dias húmidos.

Sapo-parteiro-ibérico

Alytes cisternasii

FAUNA

ANFÍBIOS

Sapo-parteiro-ibérico
Alytes cisternasii

Endemismo ibérico
Espécie tipicamente escavadora, de aspeto pequeno e robusto. Tem uma coloração parda ou bege com padrão de manchas escuras, e o seu dorso tem pequenas verrugas alaranjadas ou avermelhadas. As patas anteriores possuem duas calosidades que facilitam a escavação. Este sapo aparece essencialmente em prados e montados com vegetação pouco densa e solos arenosos, a sul do Rio Tejo. Normalmente junto a cursos de água temporários onde se reproduz.
Na época reprodutiva, são os machos que transportam os ovos, num fardo gelatinoso aderente às costas.

Cágado-de-carapaça-estriada

Emys orbicularis

FAUNA

RÉPTEIS

Cágado-de-carapaça-estriada
Emys orbicularis

Tartaruga de água doce, com pele escura sarapintada de amarelo e com carapaça abaulada escura com padrão de estrias amarelas em cada placa. Com comprimento entre 15 e 17 cm, sendo que a fêmea é ligeiramente maior e mais pesada do que o macho. Ocorre numa ampla variedade de habitats dulçaquícolas, com preferência por locais de água parada ou corrente lenta e com vegetação aquática abundante.
Por ser uma espécie rara e estar atualmente em perigo, é uma espécie altamente protegida por legislação nacional e europeia.

Lagartixa-verde

Podarcis virescens

FAUNA

RÉPTEIS

Lagartixa-verde
Podarcis virescens

Endemismo ibérico
Réptil de tonalidades verdes com manchas negras dispersas, que atinge os 6,5 cm de comprimento (excluindo a cauda). É ágil, boa trepadora e tem tendência a usar fissuras como brechas rochosas e gretas das cascas das árvores. Encontra-se distribuída por todo o território continental, em planícies, planaltos, zonas abertas, galerias ripícolas e áreas agrícolas e urbanizadas.
Quando é apanhada por predadores, esta lagartixa solta parte da cauda que fica a rabear, distraindo o predador, o que permite a fuga.

Cobra-de-escada

Rhinechis scalaris

FAUNA

RÉPTEIS

Cobra-de-escada
Rhinechis scalaris

Serpente de médio-grande porte, que pode ir até aos 160 cm de comprimento. O corpo tem um aspeto liso e escamas lustrosas. Nos adultos, o padrão dorsal é formado por duas linhas escuras longitudinais sobre fundo pardo-acastanhado. Já nos juvenis têm um padrão diferente, que se assemelha a umas escadas, sobre fundo amarelado.
Ocorre em habitats mediterrânicos com alguma vegetação, como é o caso do montado, em zonas secas e com boa exposição solar.
Esta cobra não é venenosa, mas sim constritora – enrola-se em torno da presa, apertando-a até à morte.

Chapim-azul

Cyanistes caeruleus

FAUNA

AVES

Chapim-azul
Cyanistes caeruleus

Residente
Pequeno passeriforme, bastante energético e ágil, sendo frequentemente observado pendurado, de cabeça para baixo, em pequenos ramos enquanto se alimenta. Destaca-se pela cabeça branca com barrete azul e listra ocular preta. Tem asas e cauda azuladas, e peito e ventre amarelos.
É uma espécie florestal, que ocorre sobretudo em áreas de montado mais antigas, e também em jardins urbanos. Residente muito comum durante todo o ano, distribuído por todo o continente.

Coruja do mato

Strix aluco

FAUNA

AVES

Coruja do mato
Strix aluco

Residente
Ave de rapina noturna, de tamanho médio e aspeto compacto, com asas relativamente curtas e arredondadas. Tem uma plumagem castanha, totalmente malhada, olhos negros e bico amarelado.
É facilmente identificada através do seu canto bastante distinto, que pode ser ouvido durante todo o ano. Esta rapina distribui-se de norte a sul do país, sendo particularmente comum nos extensos montados de sobro e azinho. Evita locais de grande altitude, sem árvores ou densamente urbanizados.

Gaio

Garrulus glandarius

FAUNA

AVES

Gaio
Garrulus glandarius

Residente
Ave de médio porte, com asas arredondadas, que possuem um padrão preto e branco e uma mancha de penas azuis. Esta é a sua característica mais fácil de detetar, pois contrastam bastante com a tonalidade acastanhada do dorso e peito. É uma espécie sedentária, com indivíduos solitários. Tem uma distribuição ampla, por todo o continente, em zonas florestais, principalmente carvalhais e montados. E para a sua nidificação recorre a florestas de coníferas.
Uma das suas peculiaridades é a incrível capacidade de imitar outros sons. Para além disso, o gaio tem por hábito coletar e enterrar bolotas, para consumir mais tarde. Muitas dessas bolotas são esquecidas, acabando por germinar, contribuindo assim para a reflorestação e regeneração natural dos bosques e florestas de carvalho.

Rouxinol-comum

Luscinia megarhynchos

FAUNA

AVES

Rouxinol-comum
Luscinia megarhynchos

Migrador nidificante
Reconhecido pelo seu canto característico, muito diverso e melódico, o rouxinol é um dos poucos passeriformes que canta à noite. Tem uma cabeça e dorso castanhos, e uma longa cauda arruivada (que abre durante o canto).
Ave estival nidificante (de março a agosto), muito abundante no Sul e no interior no país. Refugia-se em vegetação densa de bosques e matagais, e em zonas de montado esconde-se sobretudo na vegetação ripícola densa de rios e ribeiras.

Toutinegra-de-cabeça-preta

Curruca melanocephala

FAUNA

AVES

Toutinegra-de-cabeça-preta
Curruca melanocephala

Residente
Pequena ave da Região Mediterrânica. Os machos têm um corpo acinzentado e uma cabeça preta, enquanto as fêmeas apresentam uma cor mais neutra e descolorida, com corpo acastanhado e cabeça cinza-clara. Ambos apresentam uma garganta branca e anéis avermelhados à volta dos olhos. Espécie bem-adaptada a vários tipos de habitats, desde bosques e matos a hortas e jardins urbanos, desde que possuam vegetação rasteira desenvolvida.

Morcego-de-peluche

Miniopterus schreibersii

FAUNA

MAMÍFEROS

Morcego-de-peluche
Miniopterus schreibersii

Morcego de tamanho médio (cerca de 30 cm de envergadura), com pelo relativamente curto e muito denso, de tonalidades de cinzento-acastanhado a cinzento com tons de lilás no dorso, e ventre cinza-claro. As orelhas são muito curtas e separadas e com uma forma quadrada, não se projetando acima da cabeça.
Espécie exclusivamente cavernícola, utiliza quase exclusivamente abrigos subterrâneos, como grutas, minas abandonadas e outros túneis espaçosos para criação e hibernação. Raramente utiliza outro tipo de abrigos como edifícios. Necessita de abrigos com condições microclimáticas distintas ao longo do ano, entre os quais realiza migrações sazonais. Forma colónias de grandes dimensões que podem incluir milhares de indivíduos, muitas vezes em associação com outras espécies de morcegos e apresenta uma forte fidelidade às colónias de maternidade, com as fêmeas a reproduzirem-se quase sempre na colónia em que nasceram. Alimenta-se de borboletas noturnas, mosquitos e escaravelhos, que caça numa grande diversidade de habitats abertos ou semi-abertos, incluindo linhas de água, florestas, pomares, linhas de árvores e áreas urbanas. A maior parte dos indivíduos regressa todas as noites às mesmas áreas de caça, que se localizam maioritariamente num raio de 10km em redor do abrigo.

Rato-de-cabrera

Microtus cabrerae

FAUNA

MAMÍFEROS

Rato-de-cabrera
Microtus cabrerae

Endemismo ibérico
Os ratos-de-cabrera são roedores de tamanho médio (até 18 cm de comprimento e 78gramas de peso), de pelagem comprida de cor parda no dorso e mais clara no ventre, cabeça larga com focinho arredondado, olhos pequenos e orelhas e cauda curtas.
Ocupam preferencialmente parcelas de habitat com elevada humidade no solo, que suportam uma vegetação herbácea bem desenvolvida dominada por gramíneas perenes e juncos que se mantém verdes e providenciam alimento durante grande parte do ano – os ratos-de-cabrera são herbívoros, alimentando-se sobretudo das folhas, caules e sementes destas plantas. A existência de arbustos espinhosos dispersos, como tojais ou silvados, proporcionam abrigo e proteção contra predadores. Estes habitats estão normalmente associados a pequenas depressões, linhas de água, lagoas e charcos temporários, bermas de estrada, valas de drenagem e margens de campos agrícolas.
Os ratos-de-cabrera têm hábitos diurnos, sendo também um dos poucos mamíferos com um sistema de acasalamento predominantemente monogâmico, no qual ambos os progenitores prestam cuidados parentais às suas crias, e têm um papel fundamental no funcionamento dos ecossistemas, tanto pela sua posição nas cadeias tróficas sendo presa de muitas espécies de rapinas e carnívoros, como também pelas importantes funções que poderão exercer na oxigenação e permeabilização dos solos ou na dispersão de sementes.

Longicórnio

Cerambyx cerdo

FAUNA

INVERTEBRADOS

Longicórnio
Cerambyx cerdo

Uma das maiores espécies europeias de coleóptero, os adultos podem atingir 6 cm de comprimento e as lagartas 10 cm. De coloração negra e dimorfismo sexual acentuado, sendo os machos significativamente maiores do que as fêmeas, tanto em comprimento do corpo como das antenas. Dispõem de mandíbulas fortes e garras potentes nas patas, e coloração castanho-avermelhado na parte distal dos élitros.
A espécie ocorre predominantemente em áreas planas, a menor altitude, estando frequentemente associada a ecossistemas agroflorestais extensivos ou semiextensivos com espécies do género Quercus (nomeadamente Q. robur, Q. suber, Q. rotundifolia e Q. pubescens), onde são mantidas algumas árvores velhas, ou a quaisquer outras áreas (parques urbanos, ao longo de estradas, etc.) onde se encontrem carvalhos velhos.
O período de dispersão dos adultos ocorre entre maio e setembro, e os indivíduos estão ativos sobretudo nos períodos crepuscular e noturno, quando podem ser observados a alimentarem-se de seiva em feridas nas árvores ou em frutos maduros. As posturas de ovos ocorrem durante o verão sendo colocados em fendas no tronco e nos ramos de árvores sobretudo decrépitas e doentes - preferencialmente aquelas com grandes feridas de podas ou de descortiçamentos, o que facilita a penetração da larva. As larvas desenvolvem-se durante quase três anos, passando por cinco estádios larvares, consumindo madeira velha ou morta da árvore hospedeira, podendo contribuir direta ou indiretamente para a sua debilitação. Após a fase de pupa, que ocorre no outono, os adultos hibernam, emergindo no verão do ano seguinte.
Os adultos são agressivos entre si, mutilando-se quando se encontram no mesmo território, e não vivem mais de 2 meses. Usam a estridulação como meio de comunicação. Ao participar na decomposição de madeira morta, o longicórnio tem um papel fundamental no funcionamento dos ecossistemas florestais de quercíneas mediterrânicas. No entanto, também podem provocar danos significativos, os quais são mais intensos sob condições climáticas de maior secura.

Media

Workshops

Elsa Ganhão

Técnica superior do Departamento de Biologia da Universidade de Évora, licenciada em Educação de Infância (2002) e pós-graduada em Biotecnologia (data) pela Universidade de Évora.

Tem desenvolvido atividades de apoio à investigação, à orientação de estágios de licenciatura e a diferentes unidades curriculares nas áreas da botânica e entomologia, incluindo recolha de sementes e exemplares de flora autóctone, respetiva propagação e conservação ex-situ, com aplicações em ações de restauro ecológico, assim como estudos de proteção integrada e controlo biotécnico em diferentes culturas. Tem também vasta experiência em diversas técnicas laboratoriais, designadamente na preparação de material para microscopia ótica e eletrónica, e maneio de espécies animais vivas em laboratório. Destaca-se, ainda, a preparação e conservação de coleções de referência em palinologia e entomologia, sendo responsável pela gestão e manutenção do Herbário da Universidade de Évora.